Música africana na Internet

Tema será apresentado por Simão Souindoula durante o VI Simpósio de Música Africana em Agosto. 06.01.2009

Adriano de Melo

A expansão da música africana e sua inserção na dinâmica da nova era tecnológica será o tema de uma palestra a ser proferida pelo historiador Simão Souindoula, durante os trabalhos do VI Simpósio de Música Africana, que terão lugar na capital do Congo, Brazzaville, de 3 a 7 de Agosto.

Considerada pelo especialista como “uma temática bem actual e crucial nesta era da globalização”, o encontro permitirá, de acordo ainda com Simão Souindoula, mostrar que “a oportuna inserção da música africana na Internet permite hoje navegar e explorar as várias culturas de África, transmitidas ao público a partir das canções”.

Denominado “A Música Africana no Cruzamento dos Caminhos da Globalização”, o especialista que representou, durante anos, o Centro Internacional das Civilizações Bantu (CICIBA)  no conselho de administração deste simpósio, apresentará uma comunicação com o título “A Música Africana Digital, o seu Potencial na Internet e os seus Efeitos no Mercado Internacional”.

Para Simão Souindoula, que é consultor da UNESCO e da União Africana no domínio da expansão das indústrias culturais no espaço da Comunidade Económica dos Estados da África Central (Ceeac), “o desenvolvimento digital das expressões musicais africanas permitirá melhorar os seus resultados financeiros no mercado internacional, que mantêm-se há anos a menos de um por cento do comércio mundial dos suportes musicais”.

Na linha do tema do encontro, o historiador angolano recordará que a Internet e as novas tecnologias são um trunfo para a música do continente, por permitirem aos diversos provedores criarem sites e marcas, proveitosas na expansão e divulgação dos hábitos e costumes africanos.

O especialista avançou ainda que fará, durante o encontro, uma avaliação das consultas de alguns “sites” na Internet que oferecem música africana, tais como as marcas inglesas World Circuit, que produziu o maliano Ali Farka Toure e a orquestra Baobab de Dakar, e a francesa Spirale –DG Diffusion, que lançou o documentário musical “Justo Valdez e la Rumba Palenquera”, em homenagem ao percussionista Batata.

Segundo o historiador angolano, a sua participação nas actividades do Festival Panafricano de Música 2009 (Fespam), ajudará a contribuir para um melhor conhecimento da música africana, com informações decisivas sobre a sua evolução modernista, a sua organologia e o seu contributo para as lutas de libertação em África.

“Esta última vertente vai constar nas actas do último Simpósio de Música Africana, sobre o lema ‘O papel da música na libertação de África’, que será lançada, em Paris, no próximo dia 25 de Maio, Dia de África, pelas edições Harmattan, e terá também um estudo meu intitulado ‘O conjunto Nzaji. O ícone da música revolucionária angolana de exílio’”, explicou.

fonte: Jornal de Angola

disponível na Casa das Africas

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